Gluten Free Trips News #4 - Ter ou não ter um Nima, eis a questão
Tudo que você queria saber e teve coragem de me perguntar
Em agosto de 2017 eu estava numa crise com o glúten. Lembro direitinho: era um sábado a noite e eu estava sentada no sofá de casa, chorando porque mais uma vez tinha sido contaminada e não entendia bem como. Eu repassava tudo que tinha comido e nada parecia ser o problema.
Fazia uns 2 dias que eu estava com os sintomas e não sabia mais o que fazer quando, no meu celular, apareceu um anúncio do Nima. Honestamente, pareceu uma salvação. Será que finalmente eu poderia ter liberdade de comer sem ficar com medo?
Comprei na hora, pedi pra entregar pra uma amiga que morava em Orlando na época e ela enviou pra mim. Era caro, mas me convenci com o argumento de que era um investimento na minha saúde. Poucas semanas depois chegou o aparelho! Eu fiquei tão feliz com tudo que eu estava aprendendo que no mês seguinte, em setembro, eu criei o Gluten Free Trips para compartilhar meus testes e descobertas com outros celíacos/sensíveis ao glúten.
Mas desde então, em 6 anos com o aparelho, eu tenho utilizado cada vez menos, por vários motivos que vou colocar na news de hoje.

Era uma vez uma empresa…
O Nima foi criado em 2017 pela dupla de empreendedores Shireen Yates e Scott Sundvor, que se conheceram em um mestrado no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). A Shireen era sensível ao glúten e o Scott tinha colite ulcerativa. Juntos, eles tiveram a ideia de um testador portátil de comida para facilitar a vida dos alérgicos.
Em 2018 eu estava em São Francisco a passeio e resolvi tentar conhecer a sede do Nima. Mandei um e-mail perguntando se eles topariam me receber lá e, pra minha surpresa, eles disseram sim. Conheci a Shireen rapidamente e fui explorar a fábrica com um dos funcionários. Vi os laboratórios e a parte de fabricação de longe, pois não podia entrar, mas conheci todo o escritório, vi os protótipos das primeiras versões e eles responderam todas as minhas perguntas. Me pareceu uma empresa muito séria e ao mesmo tempo jovem, com muitos planos e ideias para ajudar os alérgicos. O grande objetivo deles era fazer um aparelho que testasse os 8 maiores tipos de alergias, mudando apenas as cápsulas - bem ambicioso, mas muito bacana se desse certo.
Na época, comprar as cápsulas já era bem trabalhoso. Elas só eram vendidas nos EUA e nessa visita eu perguntei o porquê. Eles explicaram que, por uma questão de cuidado no armazenamento, eles estavam receosos ainda de distribuir para outros países já que grandes alterações de temperatura por longos períodos poderiam prejudicar o funcionamento das cápsulas.
Depois dessa visita, segui usando o Nima e tendo um certo contato com a empresa. Mas em maio de 2020, ela foi vendida para a Medline, um grande grupo focado em produtos médicos. Em junho do mesmo ano, isso foi anunciado para todos os clientes do aparelho via um e-mail bem comemorativo da então dona, Shireen Yates. Infelizmente, na sequência, a Medline descontinuou o produto alegando falta de matéria-prima pela pandemia - mas só fomos entender isso em um comunicado oficial da empresa, em 30 de Setembro de 2020.
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